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De Adriano Antunes, "Brilhantes".
Nunca esquecerei a Via Láctea, uma mulher distinta, que em duas ocasiões conversou comigo e entortou meu pescoço em direção ao céu. A primeira vez que a vi foi nos arredores de Curitiba. Um lugar bem alto e quase desabitado. A sensação de que poderia tocá-la foi indescritível. Ela apareceu com todas as suas jóias. Posso dizer que queria me impressionar, afinal, era o nosso primeiro encontro, olho no olho, e obviamente conseguiu.
A segunda, foi nas proximidades de Novo Hamburgo. A noite estava linda, a temperatura agradável, o barulho da cachoeira quebrando o silêncio. Lá estava ela, trajada para dançar. Linda, com outras jóias, desta vez mais discreta mas não menos bela. Me apaixonei, perdidamente!
Desde então procuro, em noites claras, recordações da divina dama. Como plebeu que sou, sei que me aguarda no topo da montanha para mais uma noite de confissões embaladas pelo silêncio. Ao seu lado, me sinto eterno. Da planície almejo a subida para poder por mais um instante rever a eterna amada. E o silêncio falará por nós!