quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Brilhantes




Imagem: Google

De Adriano Antunes, "Brilhantes".

Nunca esquecerei a Via Láctea, uma mulher distinta, que em duas ocasiões conversou comigo e entortou meu pescoço em direção ao céu. A primeira vez que a vi foi nos arredores de Curitiba. Um lugar bem alto e quase desabitado. A sensação de que poderia tocá-la foi indescritível. Ela apareceu com todas as suas jóias. Posso dizer que queria me impressionar, afinal, era o nosso primeiro encontro, olho no olho, e obviamente conseguiu.
A segunda, foi nas proximidades de Novo Hamburgo. A noite estava linda, a temperatura agradável, o barulho da cachoeira quebrando o silêncio. Lá estava ela, trajada para dançar. Linda, com outras jóias, desta vez mais discreta mas não menos bela. Me apaixonei, perdidamente!
Desde então procuro, em noites claras, recordações da divina dama. Como plebeu que sou, sei que me aguarda no topo da montanha para mais uma noite de confissões embaladas pelo silêncio. Ao seu lado, me sinto eterno. Da planície almejo a subida para poder por mais um instante rever a eterna amada. E o silêncio falará por nós!

sábado, 15 de outubro de 2011

Ampulheta

Imagem: National Geographic


De Adriano Antunes, "Ampulheta".

Mesmo quando vagando em dores
Trazem no olhar a alegria das cores
No corpo, o perfume das flores
No peito, um colar de pendores
E se, dos admiradores, tu não fores
Um desavisado a só ver temores
Compreenderia que nos dissabores
Afloram do íntimo todos os fatores
Para os mais altos patamares
Pois nessa vida de árduos labores  
Pode ainda a música clamar amores
Escondidos nos panos do tempo.

domingo, 2 de outubro de 2011

Chakras


De Adriano Antunes, “ChaKras”.

Com sete centros principais
De energia sutil, pulsante
Num corpo que pouco dura
Segue seu rumo o viajante.
Todas as sensações desse frágil corpo
Os três  inferiores governam
Mas na caminhada de elevação da alma
São os três superiores  que imperam.
Seu mediador amoroso
Distribui de baixo para cima
A vitalidade criadora da terra
E em sentido contrário
A luz da misericórdia Divina.
Quando de egoismo está repleto
A energia vital se acumula
Luz alguma, por ele  passa
Colhemos o que plantamos
Sofrimento e amargura
E reclamamos de nossa desgraça.
Mas quando deixamos o coração
Executar seu nobre papel
Juntando o que é da terra
Com aquilo que vem de Deus
Unimos  corpo e  alma
Construindo o próprio céu!
[.]