Imagem: Google
De Valmir Adriano Antunes, "CONFETES".
Nas profundezas, entre destroços e náufragos nascituros, imaginava-se escafandro a observar formas piscianas, que iam e vinham. Diluíram-se em água de parto. Pulmões... desejava; desejava romper com a superfície, cilindros com capacidade limitada. Era vento, foi sopro, sopro de vida, mas perdera a capacidade de soprar. Decidiu, ato continuo, mergulhar em si; aquático, apático, patético; feito profético... silêncio. Pensou não mais ventar. Mas uma força o impulsionou à superfície (talvez a mesma que o convocou ao mergulho) dilatando seus pulmões-balões; a percorrer seu céu; azul marítimo. Notou-se brisa ao molhar os pés nas águas do passado, causando-lhe cócegas... e, seu riso levantou as folhas, do calendário. Neste dia ventou peixes-confetes.
(.)