terça-feira, 12 de junho de 2012

Imagem: Google


De Valmir Adriano, "O Lago".


Sabe, não dá para medir nosso trabalho íntimo pelo interior dos outros e muito menos pelo exterior. Somos todos capengas, mancos e coxos tentando fazer o melhor de acordo com o que possuímos de perseverança e vontade.
Não raro nos acomodamos preferindo o conforto em detrimento do que se deve fazer. Um mergulho em nós é algo deveras profundo, causa medo e na maior parte do tempo preferimos uma boia para ficar na superfície esquecendo que nossos pés estão tocando, por vezes, a lama do fundo de nosso lago pessoal. Se os pés se movem, ora ou outra, o lodo sobe, mesmo que apenas turvando um pouquinho a água.
Não se deixe medir pela medida dos outros.
Em um canteiro, naturalmente, existem plantas saudáveis e ervas daninhas. Ele não se torna um canteiro de ervas daninhas se possui algumas plantas sadias, pois não se faz aí a totalidade.
A sabedoria está em dar ouvidos ao que as pessoas possuem de bom, em detrimento do que possuem de ignorância, e nos esforçar para arrancar de nossos canteiros as "nossas" ervas daninhas, trazendo plantas sadias para embelezá-lo e torná-lo útil.
Eu acredito na espiritualidade acima de todos. E o grande desafio é separar o joio do trigo... e ficar com o trigo, é claro.
Sei que sabes de posturas que talvez tenham decepcionado pessoas e por extensão você, ouvido confidente, mas é um aprendizado e nos mostra que uma imagem idealizada é um engodo, seja na balada, no super, na faculdade, no trabalho ou onde for.
Você sabe do que eu estou falando.
Precisamos nos preocupar em ser pessoas melhores, em oferecer o melhor de nós, e não, não mesmo, em uma atitude por vezes infantil, achar que somos merecedores apenas do que as pessoas tem de melhor. Elas nos dão o que possuem, ou melhor, apenas o pouco que acham que possuem, pois na totalidade dos casos, não se conhecem.
O mais importante é não usar isso como desculpa.
O tempo passa, a estrada continua, mas o deslocar é de cada um, assim como a chegada.


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